domingo, 5 de fevereiro de 2012

De Curitiba a Halifax


Depois de mais de cinco meses distantes, partimos em nossa viagem rumo às temperaturas glaciais do leste canadense para encontrar nossa filha linda, Ana Carolina, que estava participando de um programa de intercâmbio e frequentando a High School em Dartmouth, que faz parte de Halifax, capital da província de Nova Scotia.

Deveríamos ter pego um voo para São Paulo, saindo de Curitiba, às 17h11, mas (em Curitiba sempre tem um "mas") o voo só foi sair às 18h10 e, ainda por cima, a partir do terminal antigo de passageiros, ou seja, não havia ponte de embarque e tivemos que tomar um ônibus para chegar ao avião.

O lado bom do voo mais tarde (e atrasado) é que chegamos em São Paulo e fomos direto fazer o check in. Maravilha das maravilhas, o balcão de atendimento para check in da AirCanada é um sossego só. Rapidamente estávamos checados e prontos para o embarque. Demos umas voltas no free-shop (só para matar o tempo) e fomos aguardar a chamada para o voo, que só foi ocorrer lá pelas 21h50.

O voo para Toronto saiu praticamente o horário, às 22h35 (10 minutos de atraso apenas) e não teve grandes novidades, exceto pelo grande número de áreas de turbulência. Ponto positivo para a AirCanada é o excelente atendimento dispensado pelos comissários de bordo. Pessoal muito educado e solícito.

Chegamos em Toronto por volta de 05h30 (horário local, 08h30 hora de Brasília). Estava 0ºC do lado de fora, mas dentro das instalações do aeroporto estava bastante confortável, tanto que estávamos apenas de camisetas de mangas curtas. A passagem pelo processo de imigração foi muito tranquilo, sem muitas perguntas ou burocracias. Depois pegamos nossas bagagens, passamos pela alfândega (só para cumprir tabela também) e despachamos as malas para as esteiras de conexões.

Na hora de passar pelo procedimento de entrada para as salas de embarque, a Ana Paula foi na frente, colocou suas coisas na esteira do raio-x, passou pelo detector de metais e, surpresa, foi selecionada pelo computador do sistema para passar por uma revista mais detalhada (podia até escolher - revista física ou por scanner). O cidadão responsável pelo processo foi explicar tudo isso, de forma muito educada, para a Ana Paula. Problema: a Ana Paula é "analfabeta" de pai e mãe no "english". Aí já viu né, bateu o desespero para achar o marido (esse que vos escreve) para sair da "enrascada". Tudo isso aconteceu em não mais do que 30 segundos, mas, segundo a Ana Paula, foi de uma eternidade desesperadora. Assunto resolvido, fui pegar as minhas bagagens de mão e as da Ana Paula também, enquanto ela passava pelo exame no tal do scanner.

Fomos procurar pela sala de espera para o embarque, apenas para identificar, já que tínhamos tempo de sobra até o próximo voo. Depois, demos uma volta pelas lojas do aeroporto e fomos comprar algo para matar a fome (já que, diferente do atendimento dos comissários da AirCanada, o café-da-manhã servido foi, sendo bem caridoso, uma porcaria).

Por volta de 10h saímos de Toronto e às 12h50 estávamos em Halifax. O aeroporto, assim como a cidade, estava tomado pela neve da tempestade que ocorrerá dois dias antes. Descemos e fomos direto para a sala onde estão localizadas as esteiras para pegar as bagagens. Lá encontramos a Ana Carolina, juntamente com o Barry (o host father da Ana Carolina), que já estavam nos esperando. Não preciso nem dizer que Ana Paula se derreteu em lágrimas (nunca vi como é chorona) quando abraçou a filha.

Na ida para o estacionamento, para pegar o carro do Barry, sentimos o que é frio de verdade, estava fazendo -18ºC e o vento era de rachar. A sensação que se tem é a de bater de cara em um imenso cubo de gelo. Não dá muito para explicar para quem nunca experimentou a sensação. E falo isso por que eu não conseguia compreender quando tentavam me explicar as agruras de temperaturas desse tipo. O vento gelado parece que vai cortar você em pedaços. Dói de verdade e, em pouco tempo, áreas descobertas do corpo, em especial as extremidades (mãos, nariz, lábios e orelhas) parecem que vão congelar e cair.

Do aeroporto fomos para a casa da família que está hospedando a Ana Carolina (e que nesses cinco dias irá nos hospedar também), deixamos nossas bagagens, tomamos um banho, fizemos um lanche e o Barry nos levou para fazer um tour pela área central de Halifax. Caminhamos um pouco pelo Waterfront (calçadão que percorre a orla da área de piers da cidade), tiramos algumas fotos e logo voltamos para o carro, por que o vento e a temperatura estavam ainda piores.

Voltamos para a casa do Barry, que passou a preparar o jantar. Nesse meio tempo chegou a Crystal, que é a esposa do Barry e a host mother da Ana Carolina. Ficamos conversando com eles, que são super bacanas, enquanto o Barry terminava o jantar. Comemos um delicioso salmão assado, acompanhado de arroz, legumes, camarão e escalopes de peixe. Não preciso nem dizer que estava uma delícia, ainda por cima regado a um bom vinho branco. Conversamos durante um bom tempo com eles depois do jantar (que aqui acontece lá pelas 18h) e depois, quando o cansaço da viagem começou a pegar pesado, fomos descansar, já que sabíamos que iríamos ter um dia cheio na sequência.


 Aguardando o voo em Curitiba

 Em Toronto, esperando pelo voo para Halifax

 Chegada no aeroporto de Halifax

 Um pouco da neve que restou da tempestade de dois dias antes

 Ana Carolina no Waterfront de Halifax

 Ana Paula congelando em Halifax, com Dartmouth ao fundo

 O Barry e eu caminhando pelo Waterfront de Halifax

Família reunida em Halifax depois de cinco meses

5 comentários:

  1. Que delícia poder acompanhar a viagem de vocês e como é relatada, parece que estamos realmente viajando com vocês. Adorei as fotos e dei muitas risadas, o Paulo descreve maravilhosamente as situações de um jeito carinhoso e engraçado. PARABÉNS e aproveitem mesmo!

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  2. Nossa família que delicia sempre ler esses posts das aventuras de vcs. Pra variar eu me emocionei na parte do encontro da Ana Paula com a Aninha, pois fiquei imaginando a cena. Mto bacana de verdade. Beijos em todos.

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  3. Oi família!!!! Tava rindo aqui imaginando a cena da Ana Paula desesperada pelo Paulo no aeroporto hehehe! Queria ter visto o reencontro de vcs...deve ter sido emocionante!!! Tem uma foto da Ana que dá pra ver o frio que tá só pela posição dela, se encolhendo!!!! Só de imaginar me arrepia!
    Bons passeios!!! Beijoss

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  4. Parabéns!!! Muito interessante o blog. Já estou seguindo.
    Também tenho um blog de viagens e estou pegando algumas dicas aqui com vocês =)

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  5. Êêêêê SEUSLINDOS! Adorei toda a primeira história de vcs! Imagino o desespero da Ana em não entender lhúfas de inglês e sendo obrigada a ser vistoriada, EIKE MEDO! Imagino tbm o chocrorô na hora do reencontro...não adianta, mãe e filha sempre irão se emcionar em reencontros, ainda mais a Ana que é filha única!
    Meu Gzuz amado, como está frio por aí! Nunca senti frio assim na vida (e olha que já fui em lugar com neve), deve ser dolorido demais!
    Enquanto isso até asfalto do Centro de Ctba está rachando e quase abrindo uma cratera pelo calor dessa maravilhosa cidade...extremos né?! =)
    Beijocas pra vcs, curtam bastantão!

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