sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Halifax - 07 de fevereiro de 2012


Terça-feira, dia 07 de fevereiro de 2012, o dia começou bonito e com o céu limpo, a temperatura, perto dos dias anteriores, estava até agradável, se é que 0ºC pode ser chamado de agradável, e eu fui visitar o Comando do Corpo de Bombeiros de Halifax Regional Municipality, graças à intervenção da Marlene, como já contei no post anterior.

O Comando do Corpo de Bombeiros de Halifax funciona em um prédio público na Alderney Road, na mesma edificação onde funcionam outros setores da administração municipal, ocupando metade de 3º andar do edifício.

Lá fui recebido por Brian Gray, Executive Officer do gabinete do comandante, que por lá é chamado de Chief Director. Foram quase duas horas de conversa sobre as características, os problemas e as soluções encontradas pelo Halifax Regional Fire & Emergency (como é chamado o Corpo de Bombeiros por lá). Como a ideia desse blog não é discutir assuntos técnicos, não vou me alongar na conversa, mas posso garantir que tive boas ideias ouvindo as explicações e relatos do Brian.

Antes de sair, tive a oportunidade de conversar rapidamente com Roy Hollett, Subcomandante Operacional do Halifax Regional Fire & Emergency, número 2 da hierarquia da instituição, que me recebeu muito bem e acabou me presenteando com um livro sobre os 250 anos do HRFE, camisetas e badges da corporação.

Depois da reunião, voltei para casa com o Barry, para pegarmos as meninas e ele nos levar ao centro de Halifax. O Barry nos deixou no Halifax Citadel, um forte construído no alto da colina que domina o cenário de Halifax e que dá uma vista privilegiada do porto da cidade. Seu nome original é Fort George, em homenagem ao Rei George II da Grã-Bretanha, e foi usado para defender a cidade de Halifax, seu porte e a entrada para Bedford Basin. Durante o verão há uma série de atividades e visitas guiadas ao forte. Já no período de inverno, o forte fica aberto a visitação e não oferece tais serviços. No entanto, uma tradição diária se mantém, o "noon gun", um cerimonial de disparo de uma das peças de artilharias do forte exatamente ao meio-dia. Essa tradição nasceu com a necessidade ancestral de avisar a todos os trabalhadores do porto e do forte de que era hora do almoço e que ninguém poderia se atrasar, para não comprometer a volta ao trabalho.

Chegamos no Halifax Citadel bem na hora de presenciar o cerimonial, realizado por duas pessoas em uniformes de época, que, embora singelo, tem um elevado grau de significado histórico. No início, esse tiro era dado com 4 libras de explosivo, porém, com a grande quantidade de edificações envidraçadas nas redondezas e o uso de sistemas de alarmes de veículos cada vez mais sensíveis, a carga precisou ser reduzida para 1 libra, mantendo o ritual e evitando a quebra de janelas e o disparo em cascata de uma infinidade de alarmes de veículos. 

Entrada do Halifax Citadel

Aspecto do interior da fortificação - o quartel da brigada do forte está ao fundo

Preparação para o ritual do "noon gun"

Vista do forte em direção ao porto e entrada da Halifax Harbour

Ana Carolina e uma das muitas peças de artilharia do Halifax Citadel

Depois da visita ao Halifax Citadel, embora fosse hora do almoço e ninguém estivesse com muita fome, fomos comer algo em um Subway próximo, para depois irmos visitar o Museum of Natural History de Halifax.

É óbvio que se o comparássemos aos Museus de História Natural de Washington e New York o embate seria injusta, mas, mesmo assim, o museu é muito bacana e oferece uma boa diversidade de amostras e espécimes da fauna, da flora e do mundo mineral.

Além da boa quantidade e qualidade das amostras, o museu provê apresentações diárias sobre o mundo animal com a participação de profissionais da área. No dia em que visitamos o museu a apresentação era sobre animais de florestais tropicais (as "rain forests") e havia um número bastante considerável de pais com filhos pequenos assistindo-a. A profissional que realizou a apresentação demonstrou muita empatia com as crianças e deu mostras da importância de os incentivar para a compreensão do mundo ao seu redor.

Painel sobre a vida de pássaros de regiões polares

Painel sobre grandes aves de rapina da América do Norte.

Ana Carolina e o esqueleto de uma baleia

Ana Carolina e uma mandíbula de tubarão

Aquário de água salgada com animais marinhos

Mais um dos muitos animais marinhos

A incrível lagosta de 32 anos, conhecida por Francis, que viveu na costa de Nova Scotia e que, por ser muito grande, nunca foi pega em uma "trap" (as armadilhas utilizadas para pescar lagostas no Atlântico Norte) e acabou sendo pega por uma rede de arrasto no início dos anos 1980. Em 1995 o seu exoesqueleto foi incorporada ao acervo do museu. Seu peso vivo não é conhecido.

Depois do Museu de História Natural, fomos caminhar pelo centro de Halifax para observar algumas edificações e o movimento das ruas.

Catedral de Halifax

Entrada do cemitério onde estão enterradas várias vítimas do naufrágio do Titanic - infelizmente, neste dia, não estava aberto para visitação

Fachada da Alexander Keith's Brewery - cervejaria local de Halifax e que produz uma saborosa Red Ale

É claro que, antes de voltarmos para casa, a Ana Carolina tinha que aprontar uma para fechar a conta em Halifax. Estávamos aguardando a Crystal nos pegar em frente à Tim Hortons do Ferry Terminal e, como ela estava demorando um pouco, a Ana Carolina resolveu ir telefonar para o Barry para perguntar se havia acontecido algo. Fiquei esperando na esquina e a Ana Paula foi junto. De repente, um carro muito parecido com o do Barry parou próximo ao telefone onde as duas estavam se preparando para fazer a ligação. A Ana Carolina não teve dúvida, foi empurrando a mãe para o carro e me chamando - "vem pai, o Barry chegou" - como assim? Mas não era a Crystal que viria nos buscar? Na dúvida saí correndo e, quando cheguei no carro, me deparei com as duas já pedindo desculpas e com uma mulher vindo atrás de mim, com cara de "o que é que está acontecendo aqui?. Bom, para resumir a história, a Ana Carolina queria pegar carona no carro errado e, ainda por cima, levar o pai e mãe juntos. 

À noite tivemos um jantar de despedida - mais um - para a Ana Carolina. Alguns amigos e a host aunt Marlene, além de nós e da host family da Ana Carolina, saboreamos uma deliciosa pizza. Rimos muito com as histórias da Ana Carolina e seus amigos e, depois que foram embora, aproveitamos para finalizar a preparação das bagagens para a viagem do dia seguinte. Não preciso nem dizer que virou lenda entre os amigos e a host family da Ana Carolina a história da carona errada, contada acima. Rimos muito disso durante o jantar.

Eu, Barry, Ana Carolina, Crystal, Braden e Emma loucos para encarar as pizzas

2 comentários:

  1. Fernanda Fontesmaio 03, 2015 9:29 PM

    Adorei o blog de vocês, principalmente porque nossa filha está indo em agosto deste ano para Dartmouth na Nova Scotia, e temos esta mesma ideia de ir buscá-la ao final do intercâmbio.

    Ela recebeu a host family a pouco tempo, e já fez o contato com eles por e-mail. Minha dúvida é se nós, os pais, também devem conversar com a host family antes do embarque da filha, ou se isso atrapalha..

    Não sei se devemos mandar e-mail a eles..

    Como vocês fizeram?

    Um abraço!!!

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    1. Boa noite, Fernanda. Primeiramente, obrigado por visitar nosso blog e por entrar em contato, ficamos muito felizes em poder compartilhar nossas experiências.

      Essa sua pergunta me parece bastante difícil de responder, porque me parece que vai depender muito de família para família, no entanto, podemos lhe relatar a nossa experiência.

      Quando a Ana Carolina recebeu a indicação da host family, a primeira coisa que ela fez, ao chegarmos em casa, foi ligar para eles. Durante a conversa, o próprio host father perguntou a ela se seus pais gostariam de conversar com ele. E foi o que eu fiz. Conversamos durante alguns bons minutos, o que nos ajudou muito (principalmente a Ana Paula, minha esposa) com o processo de assimilação do processo e da dor que a distância causaria.

      Nós tivemos muita sorte com a host family da Ana Carolina, já que eles, inclusive, nos convidaram para ficar alguns dias na casa deles após o término do programa de intercâmbio, quando fomos buscar nossa filha.

      Pela nossa experiência, me parece que o contato prévio com a host family ajudou muito no processo de adaptação da Ana Carolina e no bom convívio que ela teve por lá.

      Não sei se vocês já conhecem o Canadá, mas, para ajudar, a província e a cidade para onde sua filha está indo são maravilhosas, seguras e, com certeza, ela se adaptará muito bem e será muito feliz por lá.

      Se vocês tiverem mais alguma curiosidade sobre o Canadá e sobre o que vivenciamos durante todo o processo do intercâmbio da Ana Carolina, estamos à sua disposição e ficaremos muito felizes em poder ajudá-los.

      Vocês podem, também, entrar em contato conosco pelo email phdesouza70@gmail.com.

      Um grande abraço e uma ótima semana para vocês.

      Paulo Henrique e Ana Paula de Souza

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