quarta-feira, 22 de abril de 2015

9/11 Memorial & Museum

Se tem uma coisa que os americanos sabem fazer bem, entre outras tantas, é organizar eventos e museus de maneira soberba e o 9/11 Memorial & Museum não foge à regra e entrega uma experiência indescritível de imersão nos acontecimentos relacionados ao, talvez, maior atentado terrorista da história, levando os visitantes a vivenciar e compreender os fatos que culminaram com a queda das torres do World Trade Center.

São duas atrações distintas, o Memorial e o Museu. O primeiro é gratuito e fica na área externa, nos mesmo locais onde estavam localizadas as torres 1 e 2 do WTC, já o segundo demanda a aquisição de tickets (variando de U$ 15 a U$ 24), embora seja possível entrar de graça às terças-feiras, após as 17h até o fechamento.

O Memorial, conhecido oficialmente por The National September 11 Memorial, é um tributo à honra e à memória das quase 3.000 pessoas que morreram nos ataques terroristas às explosões no WTC, em 1993, e aos ataques com aviões ao WTC, ao Pentágono e à Pensilvânia, todos em 11 de setembro de 2001.


As duas gigantescas piscinas do Memorial estão localizadas exatamente onde, anteriormente, ficavam cada uma das duas Torres Gêmeas, na esquina da Liberty St. com a Greenwich St., Lower Manhattan. Os nomes de cada uma das pessoas que perderam suas vidas nos atentados estão gravados, em baixo relevo, em placas de bronze no entorno de cada uma das piscinas que formam o memorial.


Nomes das vítimas dos atentados gravados em bronze no 9/11 Memorial

O Museu, conhecido oficialmente como The National September 11 Memorial Museum, é principal instituição norte-americana que tem examinado as implicações dos eventos do 11/9, que tem documentado os impactos ocasionados por aqueles eventos e que tem explorado a continuidade do importância histórica dos atentados.

Os mais de 10 mil metros quadrados do museu, no coração arqueológico do local original do World Trade Center, conta a história do 11 de setembro por meio de monitores multimídia, arquivos, relatos e uma monumental coleção de artefatos originais.


Início da viagem pelo Museu - a história do atentado

Display multimídia que mostra a timeline dos eventos do 11 de setembro

A compra de ingressos para o Museu pode ser feita tanto no local como pela internet, com antecedência de até três meses. A compra com antecedência permite marcar data e horário para a visita, o que facilita a entrada e a programação da visita.

Temos por hábito a compra de ingressos com antecedência, pela internet, sempre que possível, para os locais e eventos que visitaremos em nossas viagens. E para visitar o Museu do 11 de Setembro não foi diferente e aconselhamos esse procedimento.

Obviamente, a visita ao Memorial e ao Museu pode ser feita em uma ou duas horas, no entanto, sugerimos que se reserve, pelo menos, meio dia para fazer uma visita completa e para que se possa aproveitar, na plenitude, todas as atrações e informações disponíveis nesse museu sensacional.

Várias estruturas das antigas torres, ainda, permanecem preservadas como uma forma de relembrar o que representaram as torres e os eventos que culminaram com seus colapsos.


História da construção do WTC

Felizmente, já tivemos a oportunidade de visitar muitos museus, eventos temáticos, memoriais e monumentos, mas, dentre tudo aquilo que conhecemos e a respeito do que podemos expressar nossas opiniões, o Memorial e o Museu do 11/9, guardadas as devidas proporções históricas e a magnitude dos eventos, somente é comparável em riqueza de detalhes e em emoção ao Memorial da Paz, em Hiroshima, Japão.

É muito complicado de se expressar em palavras as sensações vivenciadas neste museu, principalmente, para aqueles que acompanharam o desenrolar da história e, por algum motivo, estudaram os motivos e as consequências dos eventos.

No meu caso, até por questões profissionais, sempre me senti atraído pelo que ocorreu no fatídico dia 11 de setembro de 2001 e como e quais foram as consequências das mortes de 343 bombeiros naquele dia.

Depois de ter lido tantos livros e relatos e assistido outros tantos documentários sobre as ocorrências que envolveram a queda das torres do WTC, é emocionante estar no interior daquilo que restou das torres e onde tantos sofreram e tantos atos heroicos ocorreram.

Um dos pontos mais bacanas é a Last Column, a última e derradeira coluna, que um dia serviu com uma das sustentações da Torre Norte, a ser retirada após a limpeza dos escombros do local da queda das torres e que se tornou um símbolo para todos os que, em algum momento, trabalharam por lá. Com uma bandeira dos EUA hasteada em seu topo e o número "2427" pintado próximo ao topo, em referência ao número estimado de vítimas do colapso das torres, a coluna acompanhou todo o trabalho e, hoje, está no exato local em que sempre esteve, com todas as inscrições, símbolos e pinturas que recebeu durante todo o tempo.


História da Last Column

Vista da Last Column a partir do andar logo acima.

Vista da Last Column da partir do local onde, um dia, foram as bases das torres


Destroços das estruturas da fachada da Torre Norte

Outra estrutura muito significativa e remanescente do atentado é uma escada que ficou conhecida como "Survivor's staircase" (escada dos sobreviventes) e que ligava a extremidade norte das torres com as calçadas da Vesey Street. No dia do colapso, essa escada serviu como uma das poucas passagens desobstruídas para centenas de pessoas que evacuavam as torres, após atravessar a The Plaza, a praça central do conglomerado comercial, sob uma chuva de destroços que caíam dos andares atingidos.


História da Survivor's Staircase

A Survivor's Staircase

Também, impressiona as estruturas das colunas de sustentação das edificações que permanecem demarcando o local onde, um dia, foram as Torres Norte e Sul do WTC. Essas colunas, cortadas ao nível do solo, também demarcam a estrutura das piscinas do Memorial, no andar superior, no nível da praça. O que restou das colunas tornou-se um tesouro arqueológico da história de um dos maiores atentados da história da humanidade.

História das colunas de sustentação remanescentes

Colunas de sustentação cortadas rente ao solo

Entre muitas raridades, pertences às vítimas, materiais remanescentes dos escritórios e lojas, equipamentos dos bombeiros, policiais, paramédicos, entre outros trabalhadores que atenderam ao desastre, é possível encontrar quase de tudo, de viaturas do Corpo de Bombeiros a destroços das máquinas dos elevadores, de pedaços de torres de transmissão, que ficavam no topo dos edifícios, a escritórios e lojas totalmente reconstruídos no que seria sua forma original no WTC. É uma viagem ao fatídico dia 11 de setembro, mas, também, um chamado à reflexão sobre as tênues linhas que mantêm o equilíbrio de nossas sociedades e sobre as forças que tentam desestabilizá-las.

Uma dessas histórias se refere a um dos bombeiros, Gerard Baptiste, que morreu no colapso do WTC. Esse bombeiro havia comprado uma motocicleta para recuperá-la, mas não teve tempo de concretizar seu projeto. A moto ficou abandonada na fire house onde trabalhava Gerard e acabou recuperada e doada ao museu por seus amigos e familiares. Uma vez no museu, a moto ficou conhecida por Dream Bike.

Em poucas palavras, a visita ao Memorial e ao Museu do 11 de Setembro vale cada centavo e cada segundo despendido para a empreitada.

História da Dream Bike

Detalhe da Dream Bike - recuperada por familiares e amigos de Gerard Baptiste

Destroços da Ladder Company 3, do FDNY, soterrada pelos escombros do WTC

Destroços da fachada do WTC e, ao fundo, o gigantesco muro de arrimo original das fundações do WTC

Imagem do evento que marcou o fim dos trabalhos de limpeza dos escombros do WTC.

2 comentários:

  1. Hoje, 15 anos e oito dias do atentado eu ainda não tenho palavras para descrever como foi receber a notícia, porque mesmo não conhecendo nenhuma das vítimas e nem suas famílias, foi impossível não sentir um pouco da dor deles. A morte sempre me deu medo, mas nesse dia... eu só conseguia pensar que aquelas pessoas saíram de casa e em nenhum momento imaginaram que morreriam algumas horas depois. Fiquei pensando no desespero e dor das famílias. Este blog foi muito importante para que eu pudesse entender melhor como foi o 11 setembro e as homenagens feitas aos mortos e suas famílias. Obrigada por compartilhar sua experiência.

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    1. Giselle ficamos felizes com as suas palavras. Com certeza, esse dia ficou marcado na vida de todos nós. Como eu Paulo, sou bombeiro,a experiência foi muito marcante.
      Obrigado por visitar o nosso blog
      Ana Paula e Paulo

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