segunda-feira, 19 de julho de 2010

O retorno...outro dia que parecia que não ia acabar!!! - 16 e 17 de julho de 2010

Vamos começar já pedindo desculpas pela demora em postar notícias sobre nosso último dia nos EUA e sobre a volta. É que estávamos sem condições...físicas e psicológicas. Vocês não imaginam o que foi a volta...ou imaginam, se estão acompanhando as notícias sobre os aeroportos nesse período de férias.

Nosso último dia começou, relativamente, bem tranquilo. Levantamos sem muita pressa, pois nossas bagagens já estavam organizadas, e fomos tomar café, dessa vez no Dunkin' Donuts, e dar uma última volta pelas redondezas do hotel, do Grand Central Terminal e do Chrysler Building.

Por volta de 10h, voltamos ao hotel para tomar um banho, colocar a roupa da viagem, fechar as malas e fazer o check out. Depois de realizados esses procedimentos, deixamos nossas bagagens guardadas no Bell Desk (serviço dos hotéis destinado a fazer a guarda de bagagens - normalmente cobrado por itens deixados no local - no caso do Grand Hyatt, US$ 2,00 por item) e fomos dar uma última passeada no Grand Central Terminal, já que estava um calor de fritar ovo em asfalto e não queríamos ficar suando, já que não teríamos onde tomar outro banho antes da viagem. Aí já viu, imaginem viajar pouco mais de 12 horas (que era o que imaginávamos que ia acontecer...e não foi) suado e grudento (fora o cheiro!).

Pois bem, não deu muito certo. Mesmo com ar-condicionado, o calor não estava dando muita trégua no Grand Central Terminal e já estávamos começando a dar alguns sinais de que o banho do final da manhã ia vencer antes do tempo. Assim, resolvemos voltar para o lobby do hotel que estava com o ar-condicionado regulado no nível Sibéria e estava mais confortável. Estava tão baixa temperatura do lobby que a Ana Carolina precisou colocar um moleton. Mas, pelo menos ali, não suávamos.

Dessa forma, o jeito foi procurar por um lugar para se acomodar (o que não foi fácil) e esperar pelo horário do transfer, que estava marcado para as 17h30min. Tínhamos umas cinco horas para ficar por ali matando tempo. Já que não tinha outro jeito, arrumamos um lugar (três poltronas e uma mesinha de centro) e "armamos nosso acampamento". Um negócio mais para sem-teto do que para quem estava fazendo turismo no exterior. Ali comemos sanduíches comprados no café do hotel, lemos livros, acessamos a internet, escutamos música, quase dormimos, entre outras muitas outras coisas. Parecia que ia chegar o dia seguinte e não chegava cinco da tarde.

Por falar em cinco da tarde, embora estivesse marcado para as cinco e meia, o motorista do transfer chegou às cinco. Era um brasileiro que está a 10 anos em Nova Iorque e já a algum tempo vem trabalhando com transfer e ajuda a brasileiros que visitam a cidade. Duas coisas foram boas, primeiro que ele chegou um pouco mais cedo, o que diminuiu um pouco nossa ansiedade (o que, mais para frente, vocês verão que não adiantaria de nada) e, segundo, que o cara conhecia um monte de atalhos da região onde fica o aeroporto, o Queensborough, já que o cidadão mora por lá, como, segundo ele, a grande maioria de todos os brasileiros que vivem em NY. Como fomos cortando caminho, acabamos por fazer um tour pelo Queens.

Chegamos no aeroporto por volta de 18h e fomos direto fazer o check in e despachar as malas. O terminal 3, operado pela Delta e de onde sai a grande maioria de seus voos, tem uma aparência bastante ruim, contribuindo com essa imagem o péssimo atendimento do pessoal da Delta no balcão de check in. Despachadas as bagagens e realizados os procedimentos de segurança, fomos para a sala de embarque aguardar o horário do voo. E, para não perder o costume, no caminho demos uma passadinha no Starbuck's do aeroporto para pegar alguns frapuccinos.

Bem próximo do horário do voo fomos informados, por meio do serviço de som do aeroporto, de que deveríamos mudar de sala de embarque, saindo da sala 4 e indo para a sala 6. No sentido contrário, os passageiros da sala 6, em sua esmagadora maioria americanos e europeus, iriam embarcar para Zurique. Quando chegamos na sala 6 fomos direto para a fila de embarque, já que estava no horário. Foi aí que descobrimos que o avião que estava estacionado na ponte de embarque da sala 6, que seria utilizado para o voo para Zurique, estava com problemas mecânicos e que a aeronave que estava estacionada na ponte de embarque da sala 4, que seria utilizado para a viagem ao Brasil, como não apresentava problemas, foi repassado aos passageiros que iriam para a Europa.

Para dar uma resumida na história e não deixar nossos leitores tão ansiosos e chateados quanto nós e todo o resto dos passageiros do voo (composto, quase na totalidade, por brasileiros), após um sem número de atrasos nos procedimentos de embarque, em virtude da tal manutenção do avião, o voo saiu de Nova Iorque às 02h20min da madrugada, com 4h40min de atraso, pois deveria ter saído às 09h40min da noite.

Daí já dá para imaginar como estava o clima na sala de embarque. Gente dormindo no chão e nos bancos. Pessoal brigando com os funcionários da Delta que ainda estavam no local e por aí vai.

Com todo esse atraso, fomos jantar, já durante o voo, às três horas da madrugada (no horário de lá, as quatro no horário daqui) e tomar café da manhã às 11h da manhã (horário daqui), uma hora e vinte minutos antes do pouso. A Ana Paula, como não queria ver nada, no caso de dar alguma coisa errada com o avião, já que tinha passado por manutenção por estar com problemas mecânicos, tomou um Dramin e capotou. Diz ela que não viu nada durante a viagem. Já a Ana Carolina diz que viu tudo, inclusive as turbulências. Eu fiquei no meio termo. Não cheguei a capotar, como a Ana Paula, mas também não vi tudo, como a Ana Carolina. Embora eu não lembre de nada entre o avião iniciar o taxiamento e ele já estar em altitude de cruzeiro, tal era o estado deplorável de sono que estava.

Com todo esse atraso, já sabíamos que a conexão para Curitiba já era. Chegamos em São Paulo no horário em deveríamos estar levantando voo para casa. Aí foi outra novela. Durante o procedimento de pouso, fomos informados pelo comissário de bordo que a equipe de solo da Delta iria atender os passageiros que tivessem com problemas de conexão. Era só, segundo o funcionário da Delta, passar pela imigração, pegar as bagagens, passar pela alfândega e procurar o balcão da Delta. Maravilha. Tudo muito tranquilo. Na teoria.

Depois que passamos pela alfândega, com todos as nossas bagagens em ordem, saímos da área de desembarque internacional e fomos procurar os tais funcionários da Delta que iriam nos ajudar. Doce ilusão. Não havia ninguém. Procuramos o escritório da Delta. Estava fechado e não havia ninguém no lugar. Balcão da Delta? Só abriria às 16h. Depois de mais de 30 minutos andando para lá e para cá dentro do aeroporto de Guarulhos (percorri, nesse tempo, as quatro asas do terminal umas três vezes, pelos dois andares, e em cada canto - não sei não, mas acho que deve ser um recorde - vou até procurar o Guinness para saber...rssss), não sabendo mais o que fazer e louco para chegar em casa, resolvi procurar a Gol, empresa para a qual a Delta terceirizou o trecho para Curitiba. Depois de um certo tempo explicando para o atendente da empresa o caso e de o mesmo não encontrar as nossas reservas, o cidadão fez uma ligação para sua chefia e conseguiu remarcar o voo que havíamos perdido por culpa da Delta. Problema, eram 13h15min e voo somente estava previsto para sair às 18h10min.

Resolvido o problema de voltar para Curitiba, fomos resolver o problema do nosso almoço e do que fazer até a hora do voo, tendo em vista que nossa capacidade de aturar salas de embarque e aeroportos já estava bem, mas bem mesmo, curtinha. Comemos dois salgadinhos e tomamos um refrigerante cada um a preço de almoço completo (R$ 38,00) e quase que entrei numa confusão com um engraçadinho que, depois de tudo que nós tínhamos passado, queria furar a fila e entrar na minha frente. Quem me conhece sabe que isso não é muito normal, mas, naquela altura do campeonato, dei até graças que o cidadão percebeu a mancada e foi para o fim da fila. E até acabei sendo apoiado e parabenizado pelo restante do pessoal que estava esperando também. Menos mal, pelo menos não fiquei com a consciência pesada de ter pisado na bola.

Comemos, fomos para a sala de embarque, esperamos a hora e.....fomos mudados de sala.

Aí começou a bater o desespero de verdade. Mais de 24 horas entre aeroportos e voos, mudanças de sala, atrasos e, na hora H, somos novamente mudados e fomos enviados para uma sala super-mega-extra-hiper-lotada, desorganizada e para aguardar um ônibus disponível para nos levar ao avião. Já dá para imaginar como é que estava o nível da água no copo. Já estava transbordando fazia um tempo.

Ajudou bastante o fato de que o voo estava relativamente vazio e o procedimento de embarque foi rápido e, em pouco tempo, já estávamos voando, finalmente, para casa, com um atraso de apenas uns 20 minutos. Por volta de 19h40min chegamos a Curitiba, onde meus pais estavam nos aguardando para nos levar para casa. Não deu nem para acreditar quando chegamos em casa. O que ajudou, ainda mais, a amenizar o cansaço foi chegar em casa e encontrar o Sushi (nosso cachorro) feliz da vida de nos ver. Só quem tem cachorro sabe como é legal chegar em casa depois desse tempo e encontrar o bichinho. A festa que eles fazem compensa o cansaço.

Algumas constatações que já podemos fazer:
1. Embora muita gente não vá concordar (pior, vai achar um absurdo) com meu comentário, ninguém que goste de viajar deveria se dar o direito de morrer sem conhecer Nova Iorque. Ô "cidadezinha" bacana. Com certeza volto lá um dia, até por que devemos uma visita para nossa amiga Cris Ferri.
2. Viajar de carro em país estruturado é "show de bola". Não tem nada a ver com viajar de carro aqui no Brasil (já sei que vai vir "cacetada" dos nacionalistas ortodoxos e dos anti-americanos, mas que é legal, ah isso é!!!!).
3. O jornal francês Le Monde está absolutamente certo. Savannah é a cidade mais bonita dos EUA. E olha que só conhecemos algumas. Mas que Savannah é um dos lugares mais legais que já conheci, ah isso é. Morava fácil, fácil por lá.
4. Essa eu já sabia, mas agora tenho a companhia do resto da família. Viajar é a melhor coisa do mundo e o valor cultural agregado ninguém tira de você e não tem o que pague. Para todo o resto a gente usa o cartão de crédito....

Para quem gostou de nos acompanhar ou está a procura de dicas sobre viagem desse tipo, esse blog não pára por aqui. Vamos continuar postando notícias e artigos sobre os lugares visitados, sobre o que acertamos e no que erramos, sobre dirigir nos EUA e sobre qual será nossa próxima aventura.

Gostaríamos de agradecer a todos que nos acompanharam nessa empreitada e que participaram do nosso blog com comentários que, para nós, serviam como fator de motivação para continuar escrevendo e partilhando nossa experiência.

A todos aqueles que, como nós, pretende partir para uma empreitada dessa, nos colocamos à disposição para compartilhar nossa experiência e auxiliar naquilo que estiver ao nosso alcance para tornar ainda melhor sua viagem.

Nós "acampados" no lobby do hotel "almoçando" e esperando a hora de ir embora

3 comentários:

  1. familia Souza, como sempre estou agarradinha no blog de vcs. Queria saber se tem como informar um contato para conversarmos sobre dicas. Meu e-mail é palomam@phservicos.com.br. Se possivel, claro ...

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  2. VALEU FAMILIA SOUZA!!!!! Aprendi muito com os relatos de voces e um dia faço essa mesma viagem. Agora.... podem acreditar: Vir a Santos é muito mais fácil. Estamos esperando. Abração.
    Sejam Bem Vindos.

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  3. Olá estou indo para washington e n.york em março deste ano , anotei algumas dicas do seu blog que está rico em detalhes.Parabéns.
    Gostaria de trocar informações com vcs pode ser?meu email é doctors_laborto@yahoo.com.br.
    Fiquem com Deus.Luciana.

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