domingo, 8 de agosto de 2010

Estrada da Graciosa e Morretes

Como já havíamos comentado anteriormente, no post denominado Mudança do nome e do foco de nosso blog (clique no link e leia o artigo), passaremos a relatar, descrever e comentar alguns outros passeios e viagens que fizermos, inclusive sobre Curitiba. Hoje, estreando essa nova fase, vamos falar sobre o agradabilíssimo passeio a Morretes, via Estrada da Graciosa.

A Estrada da Graciosa

Saindo de Curitiba pela BR-116, em direção a São Paulo, percorre-se 37 Km e chega-se à entrada da PR-410, mais conhecida como Estrada da Graciosa, a uma altitude de 1050 metros do nível do mar. A partir desse momento faz-se uma viagem ao passado.

Essa estrada foi um dos cinco caminhos coloniais que atravessavam a Serra do Mar, a partir do litoral em direção ao 1º planalto, onde fica Curitiba. Os primeiros relatos desse caminho datam de 1721 e dão conta de um trajeto indígena utilizado por jesuítas e mineradores e que foi cenário de muitas mortes devido aos ataques dos índios a esses viajantes.

A construção da estrada, no lugar da trilha indígena, teve início em 1854, durante o governo de Zacarias de Góes e Vasconcelos, Presidente da Província do Paraná, tendo suas obras finalizadas, muito provavelmente, em 1873. A estrada permaneceu, até meados do século XX, como a única estrada pavimentada do estado, sendo importante rota de escoamento da produção agrícola (café, erva-mate e madeira) do Paraná rumo aos portos de Paranaguá e Antonina.

A estrada atravessa o trecho, provavelmente, mais bem preservado da Mata Atlântica do Brasil, onde se destacam belos riachos e uma exuberante mata tropical. Parte dessa mata foi, em 1993, declarada, pela UNESCO, Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Nessa região existem dois importantes parques estaduais, o da Parque da Estrada da Graciosa e o Parque Roberto Ribas Lange.

A estrada possui trechos asfaltados e trechos com pavimentação de paralelepípedos, com muitas curvas sinuosas e uma paisagem maravilhosa, o que requer direção cuidadosa e baixa velocidade, para se evitar acidentes e para aproveitar o visual.

A estrada da Graciosa possui, no decorrer de seus quase 29 Km, 6 recantos equipados com quiosques para venda de produtos típicos, mirantes, sanitários e 80 churrasqueiras, restauradas e mantidas pelo Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER). A partir dos mirantes localizados nesses recantos é possível, com bom tempo, ter vistas deslumbrantes da Baía de Antonina e de Paranaguá, além de quedas d'água, rios cristalinos e os cumes do Pico Paraná (o ponto mais alto do sul do Brasil) e do cume do conjunto Marumbi, conhecido por Olimpo (segundo ponto mais alto do estado).

Chegando à localidade de São João da Graciosa, já na cidade de Morretes, há uma bifurcação que dá início à PR 411, que leva ao centro de Morretes, passando pela localidade de Porto de Cima. Já a PR 410 continua seu caminho por mais 6 Km, depois da bifurcação, e passa então a ser denominada PR 408, conduzindo à cidade de Antonina (da qual falaremos em outra oportunidade).

Localização dos recantos existentes na Estrada da Graciosa

Portal que indica o início da Estrada da Graciosa

Vista bucólica do início da estrada

Algumas das instalações de um dos seis recantos da estrada

A Ana Paula e ao fundo uma das muitas vistas exuberantes da estrada da Graciosa

Piso de paralelepípedo e pista estreita, características da estrada e que são o charme e a beleza do caminho

Ponte de ferro desativada e que virou ponto de atração turística, passa sobre um dos muitos rios que cortam a estrada

Visual maravilhoso da estrada

Ponto sobre o rio Nhundiaquara, na localidade de Porto de Cima - apenas um carro por vez, de um lado e de outro.

Ao lado da ponte de Porto de Cima - no local há instalações que dão suporte a turistas e funciona como balneário, bastante disputado em dias de calor, em especial no verão.

A bela Morretes

Depois da bela Estrada da Graciosa, chegamos a Morretes, cidade localizada ao pé da Serra do Mar, faz divisa com as cidades litorâneas do estado, fazendo parte da microrregião do litoral do Paraná. A fundação do povoado de Morretes data de 1721, mas a ocupação de seu território por mineradores e aventureiros paulistas, remonta ao ano de 1646, período em que foram descobertas jazidas de ouro na região.

Morretes foi o palco do primeiro teatro do Paraná em 1865. O teatro foi construído em homenagem à coroação de D. Pedro II. Infelizmente, um incêndio o destruiu em 1930.

Logo depois, foi construído na rua principal da cidade, o  lindíssimo Theatro Municipal, que funcionou por muitos anos também como cinema. Em 2002, ele foi restaurado por iniciativa do Governo do Estado do Paraná. 

As igrejas seculares também estão presentes, destacando-se a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Porto, construída em 1812 e a Igreja de São Benedito, construída por escravos em 1765.

A gastronomia sempre foi o cartão postal da cidade, principalmente pelo seu prato típico, o famoso barreado. O prato típico do litoral nasceu em Morretes com os caboclos da região que  colocavam os ingredientes principais (carne bovina, toucinho, cebola, alho, folhas de louro, cominho, pimenta vermelha, sal e pimenta do reino) em uma panela de barro e a “barreavam” (cozinhavam por 24 horas) para levá-la nas hortas das vilas. Logo depois, passou a ser consumido também no Carnaval, aonde era e ainda é costume saboreá-lo todos os dias, pois o barreado não perde o sabor mesmo após ser requentado diversas vezes.

Mas nem só de barreado vive a cidade! Morretes tem restaurantes para todos os gostos, que vão do churrasco aos mais variados frutos do mar.

Além disso, Morretes é o lar da famosa “cachaça morreteana”. Produzida até hoje em velhos alambiques e com uma qualidade sem igual. E pra acompanhar tudo isso, uma infinidade de opções como rapadura, melado, caldo de cana, balas de banana e a cultura do gengibre – Morretes já foi o principal exportador do país!

Em Morretes, almoçamos no restaurante do Hotel Nhundiaquara, construído no prédio mais antigo da cidade, do século XVII, que fica ao lado do marco zero da cidade. Recomendamos, o atendimento é muito bom, a vista é maravilhosa (fica às margens do Rio Nhundiaquara) e a culinária é excelente. Depois do almoço é possível dar uma caminhada pelas ruas limpas e praças arborizadas e observar a beleza dos casarões antigos bem preservados.

Centro de informações turísticas de Morretes

Ana Paula e Ana Carolina no coreto em uma das praças de Morretes

Pontes e construções antigas embelezam a paisagem de Morretes

Edifício do Hotel e Restaurante Nhundiaquara, o mais antigo da cidade.

Restaurante do Hotel Nhundiaquara, às margens do rio que leva o mesmo nome. Na foto a Ana Paula, Ana Carolina, dona Dione (minha mãe) e seu Ewaldo (meu pai).

Ana Paula e Ana Carolina com as ruas limpas e as construções antigas e bem conservadas de Morretes





Um comentário:

  1. olá amigos blogueiros!!!
    Como vcs também gostam de aventuras...espiem nosso blog...lá tem postado algumas aventuras que fizemos aí em Morretes...Caminho de Itupava e Salto dos Macacos.....muita adrenalina....
    Ficamos muito tristes ter acontecido toda esta tragédia em nosso litoral...
    Abraços...
    Jô e Marcos

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