domingo, 26 de setembro de 2010

Pernambuco

Essa viagem a Pernambuco, da qual falaremos hoje em nosso blog, foi feita antes de criarmos o blog. Mas como a intenção é relatar nossas experiências com viagens e passeios, resolvemos contar um pouquinho como foi esse passeio e qual as impressões que tivemos da pequena parte que conhecemos desse maravilhoso estado do nordeste brasileiro.

Para começar, é importante já deixar bem claro: o litoral de Pernambuco é uma maravilha. Quem ainda não conhece, não sabe o que está perdendo. Vale cada centavo gasto para chegar lá.

Nossa viagem começou no dia 20 de março de 2009, saindo de Curitiba bem cedo, fazendo uma conexão no Rio de Janeiro e chegando no Hotel Marupiara, na praia do Cupe, próximo a Porto de Galinhas, no Município de Ipojuca, às 16h.

Ipojuca é um dos municípios do litoral de Pernambuco, formado pelo distrito sede, pelos distritos de Camela e Nossa Senhora do Ó, dos povoados das praias de Muro Alto, Cupe, Porto de Galinhas, Maracaípe e Serrambi, além de Touquinho e seus engenhos.

No dia em que chegamos ao hotel, levamos nossas malas para o quarto e fomos aproveitar o pouco tempo de luz natural disponível para fazer um reconhecimento da praia, nas instalações do hotel e depois jantar por ali mesmo.


O dia amanhece super cedo, lá pelas 05h, e termina da mesma maneira, lá pelas 17h30, por isso é preciso é bom levantar sempre cedo para aproveitar bem o dia.

Na praia, em frente ao Hotel Marupiara, onde ficamos hospedados.

Caminhando na praia no dia em que chegamos, entre Cupe e Porto de Galinhas (ao fundo)

No dia seguinte, um sábado, fizemos contato com o pessoal da Luck Receptivo, uma agência de viagens de grande porte de Pernambuco e que tinha um quiosque no hotel. Com eles contratamos alguns passeios a serem feitos durante a semana (city tour Recife e Olinda, praias do Cabo de Santo Agostinho - com direito a passeio de catamarã e buggy - e Praia dos Carneiros - também com passeio de catamarã para chegar lá). Foi um ótimo negócio, atendimento super profissional, conforto e garantia de satisfação. Não nos arrependemos. Por fora, contratamos um passeio de buggy, que o pessoal de lá chama de "ponta-a-ponta", que leva o turista para conhecer todas as praias do município de Ipojuca.

Depois de acertarmos os passeios, que só começariam na segunda-feira - em virtude das condições da maré, fomos dar uma caminhada até Cupe, distante uns 2 km do hotel. As areias brancas, a água morna e transparente, as palmeiras formando uma parede nas proximidades do mar e os arrecifes próximos à praia são algumas das características dessa localidade. O visual maravilhoso e a calma do lugar convidavam à indolência. E foi exatamente isso que fizemos, ou seja, nada, absolutamente nada, apenas aproveitando o mar e a paisagem - durante toda a manhã. Voltamos para almoçar no hotel, que tem uma comida muito boa, diga-se de passagem, e aproveitamos para descansar um pouco, até por que, àquela altura, o sol estava, como dizemos por aqui, de "rachar mamona". Mais para o final da tarde fomos aproveitar a piscina e o mar em frente ao hotel. À noite ficamos no hotel para aproveitar as atividades, apresentações musicais e artísticas que aconteciam todas as noites.

Praia de Cupe

As águas incrivelmente cristalinas da Praia de Cupe

A Ana Paula na área das piscinas do hotel, com a praia ao fundo.

Aproveitando as áreas de descanso do hotel, em frente ao mar

No domingo, levantamos cedo, tomamos um café-da-manhã reforçado no hotel e fomos caminhando pela praia até a vila de Porto de Galinhas, distante uns 4 km do hotel. Nesse dia não fizemos o passeio de jangada até os arrecifes por que a maré não estava ajudando. Aproveitamos para sentir o astral da vila, tomar um banho de mar e tomar uma água de coco apreciando o visual. Até aqui tinha ido tudo bem, no entanto, a volta, para a Ana Paula, foi um pesadelo, a maré havia subido, era preciso andar pela parte mais alta da praia, com areia fofa, e já havíamos caminhado os primeiros 4 km. A coitada chegou destruída ao hotel e eu aliviado, pois, fiquei imaginando como é que eu ia fazer para trazê-la no colo se ela resolve empacar no meio do caminho. Novamente almoçamos no hotel, descansamos um pouco e aproveitamos a piscina no final da tarde. À noite, aproveitamos para ir, novamente, à vila de Porto de Galinhas, só que dessa vez para conhecer a vila propriamente dita, e não apenas a praia, e, o mais importante, de táxi. Os taxistas que ficam na frente dos hotéis daquela região cobram, ou cobravam na época, R$ 10 por trecho, de ida ou de volta para a vila, independente do número de passageiros. Na volta ainda pudemos aproveitar uma apresentação de música popular no hotel.

Porto de Galinhas

Água de coco em Porto de Galinhas

O mar em Porto de Galinhas

À noite na vila de Porto de Galinhas

No dia seguinte, segunda-feira, começamos a fazer nossos primeiros passeios contratados com a Luck. Iniciamos com o city tour por Recife e Olinda. Um micro-ônibus da agência nos pegou, junto com mais algumas pessoas de nosso hotel, passou por alguns outros hotéis da região e fomos, primeiramente, para Recife. Começamos pela Praia de Boa Viagem, cartão postal da cidade. Demos uma pequena caminhada pelo calçadão da praia, muito bem cuidado, arborizado e bonito. Depois de lá, fomos para a área histórica da cidade, onde aproveitamos para conhecer o marco zero de Recife, em frente ao Terminal Marítimo de Embarque de Passageiros, a Sinagoga Kahal Zur Israel, a primeira sinagoga das Américas e hoje um museu, e a Casa da Cultura, antigo presídio que agora abriga lojas de artesanato, restaurantes e espaços para apresentações culturais. Depois da Casa da Cultura, fizemos um percurso de ônibus pelas principais ruas da cidade, passando pelo Palácio do Governo, museus e edificações antigas e bem conservadas. Na sequência fomos para Olinda e, chegando lá, fomos direto almoçar. Depois do almoço fizemos um passeio guiado pelas ruas e ladeiras de Olinda, indo em direção à Igreja da Sé. Essa igreja foi construída em 1535, sendo a primeira paróquia do Nordeste. Desde 1676 é a catedral da Arquidiocese de Olinda e Recife. Do alto da Sé é possível avistar uma paisagem inesquecível e indescritível: as cidades de Olinda e Recife, juntas. Visitamos o interior da igreja, sua sala paroquial e pudemos apreciar objetos e móveis antigos e bem conservados que fazem parte do acervo da Sé. Na saída fizemos um passeio a pé na região e aproveitamos para conhecer algumas feiras de artesanato. Na volta para Ipojuca demos uma passada pelo Shopping Recife, onde aproveitamos para comprar um lanche para comer no quarto do hotel.

Praia de Boa Viagem e suas placas avisando sobre os riscos de ataque de tubarões.

Calçadão da Praia de Boa Viagem

 Terminal de Embarque Marítimo

 Marco Zero de Recife - em frente ao Terminal de Embarque

 Catedral da Sé - Olinda

 Ladeiras de Olinda

Na terça-feira saímos cedo, logo após o café da manhã, para mais um passeio, agora pelas praias do Cabo de Santo de Agostinho. Fomos até a cidade de Cabo de Santo Agostinho e de lá fizemos um passeio de buggy pelas várias praias da cidade, entre elas Pedra do Xaréu, Enseada dos Corais e Calhetas. Depois do almoço fizemos um passeio de catamarã pela região do Porto de Suape, observando a barreira de corais e o manguê do Cabo. No final da tarde, pegamos o ônibus da operadora de turismo de volta para Porto de Galinhas, jantamos no hotel e assistimos um show humorístico local.

 Vista do Porto de Suape e da Praia dos Corais a partir de Gaibu

 Praia de Calhetas - ê lugarzinho "mais ou menos".

Na quarta-feira fizemos o passeio conhecido como "ponta-a-ponta". Nesse passeio, contrata-se os serviços de um dos muitos bugueiros da região que levam os turistas a visitar todas as praias de Ipojuca, do Pontal de Maracaípe a Muro Alto, ou vice-versa. O importante é contratar os serviços de bugueiros autorizados pela Prefeitura. São pessoas que recebem treinamento para essa atividade e os veículos são vistoriados constantemente para entregar conforto e segurança ao turista.

Começamos o nosso passeio pela Vila de Porto de Galinhas e os seus incríveis arrecifes. A sequência que escolhemos para conhecer as praias foi determinada pela altura da maré. O turista que visita as praias do Nordeste e não tem intimidade com esse fenômeno do movimento do mar deve prestar muita atenção, para não se decepcionar com os passeios que dependem de maré baixa. Como a maré estava adequada no início da manhã, fomos fazer o passeio de jangada até os arrecifes e observar as piscinas naturais e os peixes que ficam presos nessas piscinas durante a maré baixa. É um lugar imperdível e que vale o passeio. Depois de Porto de Galinhas fomos conhecer a praia de Maracaípe e, depois, Pontal do Maracaípe, aproveitando para fazer um passeio de jangada pelo Rio Maracaípe e conhecendo os berçários de cavalos-marinhos da região.

Depois do Pontal, fomos a Muro Alto, praia muito bonita e com uma característica bastante interessante pelas proximidades da barreira de arrecifes, que se estende por alguns quilômetros. Essa barreira forma a maior piscina natural de Ipojuca, com aproximadamente 3 quilômetros de águas super calmas. É nessa praia que se encontra o maior número de resorts do município, tanto que vários segmentos da praia foram bloqueados pelos hotéis.

Depois do passeio, voltamos ao hotel à tempo de aproveitar a piscina no final de tarde e sair para passear e jantar na vila de Porto de Galinhas.

 Piscina do "mapa do Brasil" nos recifes de Porto de Galinhas

 Peixes "famintos" presos nas piscinas naturais dos recifes de Porto de Galinhas durante a maré baixa

 Os mesmos peixes "assassinos".

 Passeio de jangada no Rio Maracaípe

Cavalo Marinho coletado, e devolvido ao habitat por profissional habilitado, no mangue de Maracaípe

 Vista de Muro Alto, outro lugarzinho "mais ou menos"

Na quinta-feira fomos fazer o nosso último passeio, já que na sexta-feira, pouco antes do almoço, voltaríamos para Curitiba. Fomos conhecer a Praia dos Carneiros, uma das praias mais bonitas de Pernambuco e menos de uma hora ao sul de Ipojuca. Para chegar lá é necessário pegar um catamarã no piêr da Praia de Guadalupe, em um percurso de aproximadamente 25 minutos, até chegar lá e ver, com o perdão do clichê, paisagem de cartão postal: areia branca, coqueiral a perder de vista e um mar de águas verdinhas (ou seriam azuis) e transparentes. E ainda há o golpe final, no meio da praia, a beira mar, uma igrejinha branca erguida em homenagem a São Benedito. Passamos o dia entre caminhadas pela praia, banhos de mar e bate-papo com amigo no restaurante Bora-Bora, na Praia dos Carneiros. Único estabelecimento do local, esse restaurante possui instalações bastante agradáveis, com quiosques, banheiros, chuveiros de água doce e boa comida. No final da tarde, depois de um dia relaxante, voltamos a Porto de Galinhas e aproveitamos a última noite para jantar, com amigos que fizemos no hotel, no restaurante Cabidela da Natália, citado por vários guias, entre eles o 4 Rodas, como a melhor "galinha cabidela" do país, e que fica bem próximo ao hotel onde estávamos.

 Igrejinha erguida em homenagem a São Benedito - vista característica de quem está chegando à Praia dos Carneiros

 Descida do Catamarã com a maré baixa - aproximadamente uns 500 metros da praia. No final do dia, na hora de ir embora, o catamarã pegou a gente na praia.

 Praia dos Carneiros e ao fundo o restaurante onde almoçamos e passamos o dia.

Piscina natural nos recifes da Praia dos Carneiros

Na sexta-feira pela manhã tomamos café e, infelizmente, fomos nos preparar para voltar para casa. Não que a gente não goste de voltar para casa, mas é que a viagem foi tão boa que ficou aquela vontade de ficar mais um pouco.